8 de outubro de 2013

Nas loucuras e crônicas de Nanda - Parte IV


Passados um mês Fernanda, como resolveu ser chamada desde aquele dia, passou a ser chamada pelo seu nome, e não pelo apelido, afinal para uma vida nova, o apelido antigo lhe causava repulsa.
Agora ela trabalha no brechó de Miguel. E dentre os tantos amigos que conquistou recebeu um convite para trabalhar em uma renomada revista de moda francesa.

E em uma bela manhã, antes de sair para trabalhar, ela encontra por acaso em sua agenda, um dos últimos textos que escreveu pensando em Rafael:

  • Estou me sentindo anestesiada. Sabe, era pra eu estar mais desesperada, ou pelo menos era como eu esperava estar. Tive momentos que me deu vontade de esquecer tudo e voltar atrás, ir atrás de você. Teve momentos que olhei o celular de segundo em segundo esperando você voltar. Mas eu sei que você não vai voltar. Como você mesmo já disse, você é orgulhoso demais pra isso. E olha que já conseguiu vencer esse seu orgulho. Mas dessa vez eu tenho certeza que ele vai falar bem mais alto.
E dessa vez eu tenho certeza que o meu também. Mas na verdade, não acho que seja orgulho exatamente, eu sinto que o que havia entre nós dois ficou para trás. Acabou. Murchou. Secou.
Que nem uma bela rosa. Linda, perfeita, mas que se não tiver cuidado e  dedicação um poucas horas ela pode morrer.
Virou lembranças, memórias, boas e ruins, as boas que vou guardar para sempre comigo, e as ruins que tiro todos os dias um aprendizado delas.
Nosso amor foi tudo. Mas hoje se transformou. E hoje já não somos mais nós. Somos eu e você, S-E-P-A-R-A-D-O-S.

Fernanda descobriu que ainda há muita história para ser escrita, e que ás vezes não é uma questão de fugir, mas mudar o caminho, mudar o roteiro, mudar a historia.
Que é necessário desatar alguns nós. Que a família pode ser a base de tudo, mas não exatamente a família em que ela nasceu, mas a família que ela escolheu, a família que ela adotou. Formada por amigos verdadeiros.
Nanda, ops, Fernanda descobriu o que fazer na vida, quer ser escritora, editora de moda, jornalista, blogueira e vendedora de brechó.
Mora com quatro amigas. Que se tornaram suas irmãs.
A família de sangue de Fernanda se conformou com a mudança dela para Paris, na verdade eles acharam melhor, pois se ela continuasse no Brasil provavelmente daria problemas já que estava cada vez mais rebelde.

E Fernanda descobriu principalmente que o amor é importante mas sem sonhos, e sem espaço ou possibilidade de realizá-los e sem confiança em si mesma a nossa existência perde o sentido. Perde o rumo, e pode errar o caminho.
A agora sem um passado para prendê-la ela quer construir a história da Fernanda.


E antes de conhecer seu verdadeiro e grande amor, quer conhecer a si mesma.


FIM

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