Ela se coça, mas não envia, afinal de contas Nanda já cansou
de insistir nesse amor. Um amor difícil. Uma história complicada, cheia de
altos e baixos.
Ela não desistiu, ela
não é de desistir das coisas, mas acaba cansando. E nesse momento ela está
deixando esse amor para trás. Ela está em busca do amor próprio que perdeu um
pouco ao longo desse um ano de namoro, ou do pouco de amor próprio que nunca
teve durante toda a vida.
Ao chegar no aeroporto Nanda embarca para o primeiro
destino: Paris.
E é nessa hora que você se pergunta, como ela conseguiu
dinheiro e como vai viajar assim, sem ninguém saber?!!
Nanda é uma garota rica, tem sempre dinheiro a disposição,
uma conta bancária recheada. E normalmente ninguém da família presta atenção na
verdadeira Nanda, nem no que ela faz ou deixa de fazer (desde que o que ela faz
não prejudique a imagem da família). Então a essa altura ninguém deve ter
sentido falta dela.
Nem Rafael.
Como a viagem para Paris demora Nanda resolve se torturar um
pouco, lendo mensagens antigas, do tempo que o namoro foi maravilhoso,
mensagens do começo, do começo de tudo. E encontra também mais alguns textos,
entre eles, esse:
- Eu sei que não fiz o suficiente por
nós.
Fiz mais do que achava que poderia
fazer.
Mas não o suficiente, porque eu sei que
poderia ter feito muito mais.
Não fiz por medo.
Medo até de tentar.
Por medo de errar acabei errando
ainda mais.
Por medo, acabei não fazendo.
Por medo acabei não sendo.
Por medo de te perder, acabei te
perdendo.
Nanda acaba dormindo um pouco, e quando acorda ainda não
chegou em Paris. Ela sonhou com ele. Os dois juntos. Um abraço. Ela chora, com
a falta que um abraço faz.
Talvez durante essa viagem Nanda esteja tendo todos os
momentos nostágicos possíveis. Talvez uma forma de desapegar um pouco do
passado e da historia, para construir um novo futuro, com novas historias, uma
nova vida. Ela acredita que o único jeito de se livrar de algo é enfrentando. E
ela resolve enfrentar as lembranças das quais fugiu durante certo tempo. Decide
viver essas lembranças um pouco para poder construir novas lembranças sem o
peso de outras.
Então ela resolve ler, ler mais tudo que já escreveu. E o
que ela acha mais engraçado é que certos textos, depois de tanto tempo, nem
parecem ter sidos escritos por ela.
Continua...
Renata Rodrigues
maaaaaaaaaaaaaais, haha eu *_*
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