28 de fevereiro de 2013

Primeiro dia de aula




   Começo de mais um dia. Em uma nova escola. Não é dos dias mais fáceis, muito pelo contrario, enfrento um daqueles momentos que parece que um vulcão entra em erupção dentro de você. E se isso tudo não bastasse quando você entra na sala é bombardeado de olhares questionantes e julgadores. E o que mais se quer nesse momento é não estar ali.
Para piorar a situação não vou cara de algumas pessoas. Mas como? Se eu sequer olhei para alguém. Sento na única carteira vazia que avisto. Atrás se encontra uma garota ruiva. Ela se chama Abgail.

   E tempos depois começo a olhar verdadeiramente para aquelas pessoas. E passo a conviver com elas. Quando me dou conta estou totalmente ligada a elas.
Algumas só agora estou vendo, e prestando atenção. Já que no inicio pareciam ser invisíveis. Uma dessas pessoas em especial, na verdade um deles, me chama atenção de forma diferente. E sem que eu perceba domina meus pensamentos, e se paro para olhar em volta esse alguém faz parte também dos meus momentos.
    É nesse instante que tento lembrar dele no meu primeiro dia de aula. E consigo nas minhas lembranças avistar, que ali estava ele. O tempo todo. E que foi um dos poucos rostos e expressões que me agradaram. E pareciam não me repreender com o olhar.
Como? Como não o percebi ali antes?
Não importa. Ele está aqui. Rindo comigo.

   Abraçado com aquela que se tornara minha melhor amiga.
E vejo seu sorriso, iluminado. E ao mesmo tempo escondido nos fios ruivos de sua namorada.

   E aqui estou eu me perguntado, porque não o vi antes?
Também não interessa, fecho os olhos na intenção de tirar sua imagem da minha mente, e consequentemente apagar aquele sentimento de dentro de mim. Sentimento do qual não poderia aceitar sua moradia no meu coração.
Mais é inútil.

   Todos os dias ali está ele do meu lado. E do nosso lado Abgail. Até quando esconderei da minha amiga, o que sinto? Não consigo mais disfarçar. È doloroso ter que acreditar no que sinto. Mas sinto.
Sonho com ele. Sonho acordada.
Mais isso está errado. Como posso me iludir assim? Ela é mais bonita do que eu, mais simpática, mais inteligente. Encantadora aos olhos dele. E eu não passo da amiga da namorada, que ele tem que aturar ali, segurando vela. Sou tão sem graça. Sem brilho..

   Mais seria uma questão de aparência? Não. Com certeza não. Ele é muito mais que isso. Ele não tem jeito de ser mais um desses caras fúteis e imaturos. Existe muito mais dentro dele. Ele demonstra o que sente por ela. Talvez seu amor por ela tenha me encantado.
Ele a ama. De verdade.
Ele parece um príncipe. E de fato é.
Tenho que me convencer que os sentimentos dele não serão nunca pra mim.
Sei disso. Tenho consciência.
Mais se um dia me perguntarem se acredito em príncipe encantado, direi que acredito. E que já conheci um. Mas não era o meu.

# Renata Rodrigues 

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